segunda-feira, 19 de abril de 2010

Técnicos de Comunicação Autárquica ou Assessores de Imprensa

A Fernanda Mendes deixou a questão, vou procurar responder!
A diferença elementar entre Técnico de Comunicação Autárquica e Assessor de Imprensa é o facto de não se fazer, nas Autarquias, apenas Assessoria. As nossas funções compreendem um pouco de cada uma das áreas da comunicação como o jornalismo, as relações públicas, o marketing, etc.
Compreendo que nas Autarquias maiores um Gabinete de Comunicação conjugue técnicos especializados em várias áreas e tenha alguém que só faz Assessoria de Imprensa mas essa não é a realidade na maioria das Autarquias.

Não adoptando a denominação Comunicação Municipal, como já referi, julgo ser importantíssimo – pela qualidade e enorme contributo para esta profissão - o trabalho de Eduardo Camilo “Estratégias de Comunicação e Municípios” editado pela Universidade da Beira Interior.

É-nos explicado que a comunicação municipal descende de áreas como a comunicação social (em termos de estilo), das relações públicas (ao nível das relações) e da publicidade (promoção).
Convergem aqui características e objectivos destas áreas mas existem vários factores distintivos que dão um espaço e uma identidade única à comunicação municipal. Trata-se de uma área que actua a nível interno numa instituição como uma Câmara Municipal, tem um trabalho único a nível externo e fomenta muitas outras áreas de trabalho dentro da organização.
O autor define 3 vertentes da comunicação municipal:
- Informação municipal;
- Comunicação política;
- Perspectiva simbólica.


Assim, considera que a comunicação municipal enquanto informação municipal tem como objectivo a “publicidade” no sentido de uma difusão pública (divulgando, por afixação ou publicação obrigatória por lei, as decisões dos órgãos municipais). Como meios de divulgação desta informação são definidos os editais e os boletins municipais.
As metas da informação municipal são a notoriedade (referente a uma publicidade legal e deliberativa), bem como a divulgação e a sensibilidade. No caso da divulgação pretende mostrar-se o trabalho realizado aos munícipes (utilizando publicações periódicas para o fazer). Em relação à sensibilização, falamos do estímulo para a concretização de determinados comportamentos locais.
Podemos falar aqui, naquele que é um dos sentidos da comunicação empresarial, em Comunicação Corporativa que é considerada uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento e o crescimento de qualquer organização.

A comunicação política tem como objectivo a legitimação dos critérios políticos subjacente às opções administrativas dos municípios. Por vezes, quando os eleitos “aproveitam” esta vertente da comunicação para concretizar consensos limitados aos períodos eleitorais, é difícil distingui-la de propaganda político-eleitoral municipal que vê os munícipes como consumidores de produtos políticos.
De uma forma distinta, e no sentido daquilo que é a verdadeira comunicação política, falamos de uma actividade de diálogo, essencial para a concretização de uma participação democrática e pluralista. De facto, o concelho é um espaço público de interacções sociais de uma sociedade civil local, política e administrativamente activa nas decisões municipais.

Numa perspectiva simbólica o Concelho é entendido como um espaço em torno do qual se articulam determinadas interacções sociais e onde, também, existem expectativas específicas, necessidades, atitudes, valores locais e estilos de vida próprios. A comunicação municipal de tipo simbólico tem por referência a reprodução de uma certa identidade sócio-cultural no sentido de a actualizar e de a dinamizar. Por identidade sócio-cultural local entendem-se um conjunto de significações cognitivas e avaliativas exclusivamente sobre as realidades locais, independentemente do seu tipo: económico, social, ético, estético, político, …

Continua...

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