terça-feira, 29 de junho de 2010

Imagem pública

A palavra imagem é uma das palavras que hoje mais encontrará espaço nas teorias da comunicação, ou das comunicações. Joan Costa diz que “os significados das coisas, mais que as coisas, são o material com que emergem e se constroem as imagens na mente do público” . Só esta ideia já poderia ser suficiente para afirmar a necessidade que há de esclarecer e, antes, de informar.
Para uma instituição, pública ou privada, é muito importante ter um papel na produção da realidade por feitos e mensagens, através de um discurso semiótico e simbólico.
O autor sustenta que “a produção de realidade por parte de organizações sociais é precisamente a Acção: a acção real que se manifesta no fazer diário, nos actos e a acção comunicacional – não menos real – que se exerce com as mensagens”.
A imagem é o produto constante do fazer em si mesmo, como acção realizadora, como acção viva que diz respeito, de algum modo, aos indivíduos. A acção é produção de realidade e, neste sentido, temos que considerar a comunicação como acção. Acção executiva e acção comunicacional constituem a acção global da empresa.
A imagem é, assim, produto do fazer e do dizer, no sentido mais amplo dos termos. O autor defende que as organizações, como as pessoas, se manifestam perante os outros através da conduta, isto é, do “comportamento energético” (o que fazem) e do “comportamento comunicacional” (o que dizem).
É na acção comunicativa, executiva e realizadora que uma organização se manifesta. Há contradições que formam a opinião do público, como “o que se faz e o que se aparenta fazer; o que se diz e o que se dá a entender; o que se diz que se faz e o que realmente se faz”.

Nota deste autor: Para o público só conta, não o que a empresa planifica e decide fazer, nem o que decide comunicar, mas o que efectivamente faz comigo e o que me comunica.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um pouco de teoria...

Os técnicos que trabalham nos gabinetes de comunicação das Câmaras Municipais desenvolvem um trabalho que vai além da produção de informação. Desenvolve-se um verdadeiro processo de comunicação pois a informação que fornecem procura uma acção efectiva de explicação, de esclarecimento e de Interacção. Há, em democracia, como fundamento da necessidade do trabalho dos Técnicos de Comunicação nas Autarquias, a necessidade de uma população informada, activa e não passiva, crítica, inovadora e cooperante, porque esclarecida.
Ao procurar explicar o porquê de falarmos num processo comunicativo temos, inevitavelmente, que procurar Jürgen Habermas que começa, antes, por implicar e explicar o conceito da razão defendendo uma teoria de racionalização social. De facto, a razão está situada na história e na sociedade e, logo, numa teoria do agir comunicativo. Para Habermas “o conceito razão comunicativa ou racionalidade comunicativa pode, pois, ser tomada como sinónimo de agir comunicativo, porque ela constitui o entendimento racional a ser estabelecido entre participantes de um processo de comunicação que se dá sempre através da linguagem, os quais podem ser voltados, de modo geral, para a compreensão de factos do mundo objectivo, de normas e de instituições sociais” . Temos assim, antes de mais, que perceber as condicionantes ao próprio processo de comunicação, muito baseadas na subjectividade. Niklas Luhmann fala em três factores a ter em conta e que podem tornar improvável o próprio processo de comunicação. Assim, pode ser improvável que alguém compreenda o que o outro quer dizer pois há que ter em conta o isolamento e individualização da sua consciência. Da mesma forma, “os indivíduos têm diferentes interesses em situações distintas” , pelo que há a ter em conta a extensão espacial e temporal da comunicação. Por fim, ainda que a comunicação tenha sido entendida, pode não ter sido aceite pelos receptores.

O trabalho dos TCA não pode, assim, ser entendido como algo padronizado, quer em relação aos meios, quer à forma como a mensagem é apresentada. Há públicos diferentes, quer entre municípios, quer dentro de cada município. Os meios evoluem, estamos muito voltados para as novas tecnologias mas há casos de concelhos com populações envelhecidas e mesmo iliteradas, o que torna o trabalho difícil.

Posto isto, uma questão a quem tem que fazer chegar informações às povoações mais dispersas: quais os meios que utilizam?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Falar com os chefes

Nas férias li um artigo interessante sobre o modo correcto de falar com os nossos chefes. Resumidamente dizia que temos sempre que manter a distância profissional que efectivamente existe entre nós. Parei numa parte que dizia que mesmo tendo alguma confiança com o nosso superior não devemos utilizar frases como "na sua situação fazia isto", ou "na minha opinião devia fazer aquilo". Diz que fica mal!
E fica, pensando bem.
A questão, fundamentalmente, não é o que se diz mas como se diz.
Claro que devemos dar as nossas opiniões pensadas, reflectidas e com a certeza de que vamos contribuir de forma positiva para algo. Tem tudo a ver com educação, cortesia e saber estar. Podemos e devemos dar as nossas opiniões quando no-las pedem, quando não pedem mas temos uma opinião devemos dá-la de uma forma "suave", sem impor, sem desrespeitar ou corremos o risco de parecer "chico-espertos".
De facto, no mundo do trabalho há mil e quinhentas situações, muitos cenários. Pensei em alguns:
- Há quem tenha medo do chefe e não abra a boca - é chato quando essa pessoas tem opiniões muito boas que se perdem. Estas pessoas não se conseguem valorizar profissionalmente e a empresa perde uma coisa muito importante que são os conhecimentos e capacidades de quem contrataram. Não é justo para nenhuma das partes;
- Num mesmo sentido vem quem não gosta do chefe e não se preocupa em dar uma opinião que seja. Aqui há vários motivos que não o medo, como a desmotivação ou o desinteresse puro;
- Há quem conheça o chefe, por exemplo da escola, e tem atitudes de "tu cá, tu lá" que podem ser muito desconfortáveis para o chefe. Pensando nisto... há pessoas muito abusadoras;
- Há quem não conhecesse previamente o chefe mas chegou, viu, venceu... e acha que pode tratá-lo de igual para igual, "se fosse eu fazia isto" - pois... mas não é! São pessoas desagradáveis e, mesmo aceitando, não acredito que os chefes gostem de ser tratados assim.
- Há também quem mantenha uma relação cordial e educada com os chefes. Quem os respeite e consiga fazer-se respeitar, quem dê opiniões quando as pedem e que consegue transmitir novas ideias sem estar a invadir a posição dos outros. No Mundo perfeito estas seriam as pessoas que conseguem subir na carreira pelo que sabem, pelo que são e pelo que dão. Isso é que era justo.

Depois destes casos, que não são todos, há a questão de como o chefe se vê e uma pessoas dedicada e competente pode ser vista como uma ameaça, o que és triste, mas existe.
Há realmente muitas e muitas situações diferentes pois conjugam-se vários factores. Há quem tenha grandes capacidades intelectuais mas seja introvertido/tímido e não consiga oferecer um dos quinhentos projectos que todos os dias lhe florescem na cabeça e que podiam ajudar a empresa e a sua carreira. Por outro lado há papagaios que não têm um pingo de imaginação mas são "animais" sociais com as garras de fora e que têm (supostamente) ideias e soluções para tudo.

Falar com os chefes é importante. Não digo bater-lhe à porta a cada 10 minutos a mostrar mais uma frase que se rabiscou num texto... mas também não se pode evitar contacto com o chefe.

No processo de comunicação com o chefe eu acrescentaria um "C" à regra dos 3 C's e daria a seguinte fórmula:
- Claro
- Conciso
- Concreto
- Cordial!


Parece-vos bem?!!

Este blog tem estado parado...

... em modo de férias como eu.
Mas estamos de volta!