quinta-feira, 17 de junho de 2010

Falar com os chefes

Nas férias li um artigo interessante sobre o modo correcto de falar com os nossos chefes. Resumidamente dizia que temos sempre que manter a distância profissional que efectivamente existe entre nós. Parei numa parte que dizia que mesmo tendo alguma confiança com o nosso superior não devemos utilizar frases como "na sua situação fazia isto", ou "na minha opinião devia fazer aquilo". Diz que fica mal!
E fica, pensando bem.
A questão, fundamentalmente, não é o que se diz mas como se diz.
Claro que devemos dar as nossas opiniões pensadas, reflectidas e com a certeza de que vamos contribuir de forma positiva para algo. Tem tudo a ver com educação, cortesia e saber estar. Podemos e devemos dar as nossas opiniões quando no-las pedem, quando não pedem mas temos uma opinião devemos dá-la de uma forma "suave", sem impor, sem desrespeitar ou corremos o risco de parecer "chico-espertos".
De facto, no mundo do trabalho há mil e quinhentas situações, muitos cenários. Pensei em alguns:
- Há quem tenha medo do chefe e não abra a boca - é chato quando essa pessoas tem opiniões muito boas que se perdem. Estas pessoas não se conseguem valorizar profissionalmente e a empresa perde uma coisa muito importante que são os conhecimentos e capacidades de quem contrataram. Não é justo para nenhuma das partes;
- Num mesmo sentido vem quem não gosta do chefe e não se preocupa em dar uma opinião que seja. Aqui há vários motivos que não o medo, como a desmotivação ou o desinteresse puro;
- Há quem conheça o chefe, por exemplo da escola, e tem atitudes de "tu cá, tu lá" que podem ser muito desconfortáveis para o chefe. Pensando nisto... há pessoas muito abusadoras;
- Há quem não conhecesse previamente o chefe mas chegou, viu, venceu... e acha que pode tratá-lo de igual para igual, "se fosse eu fazia isto" - pois... mas não é! São pessoas desagradáveis e, mesmo aceitando, não acredito que os chefes gostem de ser tratados assim.
- Há também quem mantenha uma relação cordial e educada com os chefes. Quem os respeite e consiga fazer-se respeitar, quem dê opiniões quando as pedem e que consegue transmitir novas ideias sem estar a invadir a posição dos outros. No Mundo perfeito estas seriam as pessoas que conseguem subir na carreira pelo que sabem, pelo que são e pelo que dão. Isso é que era justo.

Depois destes casos, que não são todos, há a questão de como o chefe se vê e uma pessoas dedicada e competente pode ser vista como uma ameaça, o que és triste, mas existe.
Há realmente muitas e muitas situações diferentes pois conjugam-se vários factores. Há quem tenha grandes capacidades intelectuais mas seja introvertido/tímido e não consiga oferecer um dos quinhentos projectos que todos os dias lhe florescem na cabeça e que podiam ajudar a empresa e a sua carreira. Por outro lado há papagaios que não têm um pingo de imaginação mas são "animais" sociais com as garras de fora e que têm (supostamente) ideias e soluções para tudo.

Falar com os chefes é importante. Não digo bater-lhe à porta a cada 10 minutos a mostrar mais uma frase que se rabiscou num texto... mas também não se pode evitar contacto com o chefe.

No processo de comunicação com o chefe eu acrescentaria um "C" à regra dos 3 C's e daria a seguinte fórmula:
- Claro
- Conciso
- Concreto
- Cordial!


Parece-vos bem?!!

Sem comentários:

Enviar um comentário