quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um pouco de teoria...

Os técnicos que trabalham nos gabinetes de comunicação das Câmaras Municipais desenvolvem um trabalho que vai além da produção de informação. Desenvolve-se um verdadeiro processo de comunicação pois a informação que fornecem procura uma acção efectiva de explicação, de esclarecimento e de Interacção. Há, em democracia, como fundamento da necessidade do trabalho dos Técnicos de Comunicação nas Autarquias, a necessidade de uma população informada, activa e não passiva, crítica, inovadora e cooperante, porque esclarecida.
Ao procurar explicar o porquê de falarmos num processo comunicativo temos, inevitavelmente, que procurar Jürgen Habermas que começa, antes, por implicar e explicar o conceito da razão defendendo uma teoria de racionalização social. De facto, a razão está situada na história e na sociedade e, logo, numa teoria do agir comunicativo. Para Habermas “o conceito razão comunicativa ou racionalidade comunicativa pode, pois, ser tomada como sinónimo de agir comunicativo, porque ela constitui o entendimento racional a ser estabelecido entre participantes de um processo de comunicação que se dá sempre através da linguagem, os quais podem ser voltados, de modo geral, para a compreensão de factos do mundo objectivo, de normas e de instituições sociais” . Temos assim, antes de mais, que perceber as condicionantes ao próprio processo de comunicação, muito baseadas na subjectividade. Niklas Luhmann fala em três factores a ter em conta e que podem tornar improvável o próprio processo de comunicação. Assim, pode ser improvável que alguém compreenda o que o outro quer dizer pois há que ter em conta o isolamento e individualização da sua consciência. Da mesma forma, “os indivíduos têm diferentes interesses em situações distintas” , pelo que há a ter em conta a extensão espacial e temporal da comunicação. Por fim, ainda que a comunicação tenha sido entendida, pode não ter sido aceite pelos receptores.

O trabalho dos TCA não pode, assim, ser entendido como algo padronizado, quer em relação aos meios, quer à forma como a mensagem é apresentada. Há públicos diferentes, quer entre municípios, quer dentro de cada município. Os meios evoluem, estamos muito voltados para as novas tecnologias mas há casos de concelhos com populações envelhecidas e mesmo iliteradas, o que torna o trabalho difícil.

Posto isto, uma questão a quem tem que fazer chegar informações às povoações mais dispersas: quais os meios que utilizam?

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