quarta-feira, 28 de abril de 2010

Estudo sobre os Técnicos de Comunicação Autárquica V

Comunicação Interna

A Comunicação Interna é um aspecto muito importante do trabalho dos Gabinetes de Comunicação e 88% dos Técnicos inquiridos têm essa preocupação, trabalham em Autarquias com essa preocupação. Os primeiros Gabinetes apareceram com uma preocupação muito voltada para a Comunicação Externa, com o mostrar o que se faz, aliás, muitos gabinetes começaram por ter a função quase única de elaborar o Boletim Informativo. Percebe-se que há ainda Gabinetes que trabalham mais esta componente em detrimento da Comunicação interna mas a tendência é para que todos trabalhem esta área.
Em relação aos meios de Comunicação Interna mais utilizados actualmente destaque, em 49% dos casos, para o e-mail enviado aos colegas com informações várias seguindo-se a afixação de informações em painéis específicos e já despontam, 12% dos casos, os jornais internos seguidos de uma estrutura de intranet.

A facilidade com que se conseguem informações para divulgação é, para 75% dos Técnicos uma realidade. Há, no entanto, 25% que referem situações em que as informações não lhes chegam com a naturalidade com que deviam, é uma prática que custa a implementar. Esta situação não é apontada a um esquecimento por parte do executivo mas, antes, por colegas dos vários sectores que não têm essa sensibilidade e não fazem dessa uma prática corrente “obrigando” os Técnicos de Comunicação a “correr” atrás de informações.
As informações chegam ao Gabinete de várias formas destacando-se o e-mail (38% dos casos); directamente pelo Executivo ou pelo gabinete de Apoio ao Presidente (23%); pelos meios de comunicação interna – como informações despachadas para o Gabinete; ou mesmo pelo telefone. No final desta parte veremos algumas dificuldades sentidas pelos Técnicos que, tendo acesso às informações, se queixam de as receber muito em cima da hora trabalhando, em muitos casos, com prazos apertados.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Estudo sobre os Técnicos de Comunicação Autárquica IV

Comunicados à Imprensa

Em relação à maneira como apresentam as informações à Comunicação Social, o Comunicado à Imprensa baseia-se em 93% dos Gabinetes na própria composição da notícia. As informações chegam às redacções devidamente compostas – com título, lead e o corpo da notícia. Deste número, 72% enviam também fotografias dos eventos e 21% opta por não o fazer. Esta opção pode acontecer porque o Técnico não desenvolve as funções de um fotógrafo ou porque considera que oferecendo tudo – texto e fotografia – deixará de atrair a Comunicação Social a acompanhar os eventos levando à sua acomodação.
Esta questão tem, de facto, várias leituras e vários factores adjacentes. Nos meios mais pequenos, onde a Comunicação Social é menos profissionalizada, há redacções que funcionam com uns quantos colaboradores voluntários, sem jornalistas profissionais e que agarram o que os Gabinetes de Comunicação das Autarquias lhes enviam. Esta imprensa regional, sendo um meio privilegiado de chegar à população, deve ser muito “bem tratada”. Acontece, na maioria dos casos, que a notícia enviada pelo Gabinete é totalmente reproduzida nos jornais, daí a importância de enviar uma informações completas, complementadas com fotografias.
Há quem envie apenas tópicos sobre o que vai acontecer, ou já aconteceu, são 5% os Técnicos que adoptaram esta prática.

E AS VOSSAS EXPERIÊNCIAS, O QUE TÊM A DIZER?

domingo, 25 de abril de 2010

Estudo sobre os Técnicos de Comunicação Autárquica III

Uma das questões aos TCA foi: Considera a sua profissão desvalorizada?As respostas encontram-se quase ao centro, no entanto, a maioria dos Técnicos - 52% - não considera a profissão desvalorizada. Há grandes referências à importância que a profissão ganha a cada dia. Houve, no entanto, algumas considerações em relação ao caminho que falta percorrer e é aí que há opiniões sobre a falta de reconhecimento desta profissão. A título de exemplo, foram feitas referências ao facto de esta não ser uma opção nos cursos de comunicação. A desvalorização começa aí. Mas já está a mudar.

Procurei perceber a composição dos Gabinetes de Comunicação:
A maioria dos Técnicos tem como chefe directo um Coordenador ou Chefe de gabinete. Sendo uma profissão de vínculo ou dependência directa do Presidente da Autarquia percebe-se neste número que, embora 24% dos Técnicos trabalhem sozinhos, como se vê a seguir, há um número igual de Gabinetes com mais de 6 elementos e um número considerável de Gabinetes com 3, 4 ou 5 elementos. É nestes números que este facto se baseia, pela necessidade de Coordenação e de Responsabilização. Vários elementos a trabalhar numa Gabinete sem um Coordenador tendem a cair na dispersão.
Segundo J. Martins Lampreia , a actividade do responsável pelo serviço de imprensa estriba-se, na prática, em três pólos de conhecimento:
1 – Conhecimentos de relações públicas, visto que ele é, na realidade, um técnico de relações públicas especializado nas relações com um determinado público (os órgãos de comunicação social) e cuja actividade está, salvo raras excepções, subordinada e englobada na política de relações públicas da empresa;
2 – Conhecimentos de jornalismo, dado que precisa de conhecer o «seu» público e estar profissionalmente à altura dele;
3 – Conhecimentos da empresa onde trabalha, bem como de todo o sector de actividade, a fim de poder prestar eficientemente qualquer tipo de informação a esse respeito.

A questão seguinte remetia para o número de elementos que compõem os Gabinetes:
A questão seguinte apresenta as duas realidades mais antagónicas. Se, por um lado, ¼ dos Técnicos trabalha sozinho, por outro lado, ¼ dos Técnicos trabalha em gabinetes com mais de 6 elementos. Na realidade, há Gabinetes com mais de 20 elementos e ainda há Autarquias que não têm um Gabinete ou um Técnico a trabalhar a sua Comunicação.
Esta situação assenta na dimensão das próprias Autarquias em Portugal, há as que não têm estrutura, pela sua dimensão, de ter mais do que um Técnico nesta área, em detrimento de outras áreas com necessidades de recursos humanos mais prementes. Por outro lado, as Autarquias de maior dimensão tratam esta área de uma forma mais cuidada, com maiores graus de especialização.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Conclusões Encontros da ATAM - IV

Em 2009 o XX Encontro De Comunicação Autárquica teve lugar em Tavira tendo a Vice-Presidente da Câmara Municipal, Elsa Cordeiro, afirmado que “a consolidação do Poder Local só é possível através da comunicação autárquica, que não só permite o reconhecimento do trabalho realizado, graças à dedicação e compromisso de todos, como sabe transmitir os resultados alcançados”.
Este saber fazer obedece ou recorre a regras, as da comunicação, as da própria gramática e outras como o Protocolo. Percebe-se uma evolução ao longo dos anos. Já se debateram meios específicos, depois outros mais globais, já se inseriram e adaptaram novos conceitos ao da comunicação autárquica e, em 2009, fala-se já de protocolo, o que para alguns ainda é um tema dispensável ou a que não dedicam importância. Mas essa importância, ou mesmo necessidade, é real, existe e foi o que se percebeu em Tavira, em 2009.
Chegou-se às seguintes conclusões:
“A comunicação autárquica, como afirmação de poder, que envolve a aplicação do protocolo, tem de ser eficaz, transmitir rigor e demonstrar inovação, de modo a ter sucesso.
Se o objectivo é transmitir a verdade, o modo como se diz - e a forma como se faz -, muda o resultado.
Há que dar realidade ao que se transmite, já que a mensagem tem de ser bem entendida pelos destinatários.
Para envolver a comunidade, é importante mostrar, com qualidade e eficácia, o que é feito em seu benefício.
É fundamental dar confiança - ser preventivo e positivo no que se faz -, para que as pessoas acreditem na mensagem que lhes é dirigida.
O protocolo serve para afirmar o poder, não deixando ficar nada ao acaso, ao nível dos conhecimentos básicos e das questões práticas”.
Especificamente sobre o tema “Protocolo como Comunicação e Imagem” foram alcançadas estas conclusões:
“Uma boa comunicação é aquela que consegue transmitir uma imagem de sucesso.
Como afirmação ou encenação do poder de proximidade, o protocolo pretende dar a cada um o lugar que lhe compete na instituição.
Tratando-se de normas, preceitos e técnicas, relativas à organização de actos públicos e privados, visa o ordenamento sistemático dos participantes e dos símbolos.
O protocolo, entendido como arte - não sendo uma ciência -, exige rigor e flexibilidade.
Ao desenvolver acções de comunicação e de imagem, mas também de publicidade, o protocolo transmite sinais e mensagens, quanto à solidez e prestígio da entidade.
Enquanto instrumento de comunicação, o protocolo é a norma, sendo o cerimonial a forma”.

Conclusões Encontros da ATAM - III

O XIX Encontro De Comunicação Autárquica decorreu em Castro Marim em Junho de 2008. Nas palavras de Filomena Pascoal Sintra, Vice-Presidente da Câmara Municipal “há que transmitir a acção das autarquias locais - já que os meios de comunicação social não o fazem tão bem -, disponibilizando toda a informação relevante para os cidadãos”.
Deste Encontro foram retiradas as seguintes conclusões:
• “Urge assegurar a independência da comunicação autárquica, que é feita de valores e afectos;
• Havendo necessidade de potenciar e dar voz ao trabalho já desenvolvido, em prol das populações locais, é uma janela de oportunidade que deve ser aproveitada, também por jornalistas, embora sem prejuízo da sua carteira profissional;
• Os gabinetes e os assessores de imprensa são determinantes no conteúdo das notícias, cuja qualidade, credibilidade e confiança podem acautelar. Sendo o rosto da autarquia local - a sua imagem -, constituem um elemento essencial na respectiva organização interna;
• Uma nova visão sobre as autarquias locais exige uma postura diferente e um nível comunicacional permanente:
• Transformar a cultura do eleito local e fomentar a consciência da cidadania crítica;
• O reflexo do trabalho autárquico exige lealdade e honestidade”.

Conclusões Encontros da ATAM - II

Em Maio de 2007 de correu o XIII ECA no Alandroal. Um dos 4 temas guia do Encontro foi o Marketing Relacional tendo sido alcançadas várias conclusões interessantes sobre este conceito:
“O marketing relacional faz parte do plano estratégico de qualquer autarquia local;
Apesar de não ser um produto, há que evidenciá-la, através da sua imagem de marca, quer destacando os seus elementos únicos, quer promovendo uma relação de fidelização;
Importa salientar as características que a diferenciam, pela positiva, sendo certo que há factores racionais e emocionais, que tornam mais atractivas as autarquias locais;
A marca é mais do que comunicar, não é estratégia de comunicação;
As autarquias locais devem criar a sua própria identidade, sem omitir o passado, o que as diferencia no mesmo contexto geográfico;
Há que saber comunicar um novo estado de espírito: viver a marca para a difundir;
O marketing relacional constitui uma forma diferente de promover a autarquia local, com inovação e proximidade, de revelar uma outra atitude para com as populações;
Importa estabelecer e consolidar as relações com o público-alvo, promovendo os serviços que lhe são dirigidos;
As autarquias locais devem acreditar nas suas potencialidades, quando têm de estabelecer diálogo, colocando-as ao serviço da eficácia e qualidade de vida.
A comunicação deve ser entendida no sentido daquilo que é posto em comum, criando vínculos e cumplicidades;
A emergência de novos conceitos de cidadania e democracia não prejudica a eficácia e o legado da propaganda, que deverá ser feita com meios próprios;
Há que abandonar a rigidez do formato e da linguagem, por uma maior interacção e pluralidade na comunicação;
Importa promover um outro modo de fazer informação, pois mais importante do que os registos de memória, é a criação de verdadeiros portais de cidadania, cuja função social é inquestionável, pelas possibilidades que oferece aos utilizadores.”

Conclusões Encontros da ATAM - I

Em Junho de 2006, ao receber o XVII Encontro de Comunicação Autárquica em Óbidos, o Presidente da Câmara Municipal, Telmo Faria referiu que “a comunicação autárquica permite sublinhar a importância do Poder Local, sendo um instrumento usado para servir melhor. Enquanto escola da democracia representativa, o Poder Local faz-se, também, com a comunicação autárquica, já que constitui uma ferramenta ao serviço do desenvolvimento”.

As Conclusões deste Encontro organizado pela ATAM dizem que no campo da comunicação autárquica há que ter em conta várias considerações como a questão do marketing aplicado às Autarquias e ao seu espaço que tem vindo a ser consecutivamente discutido e realçado pois além do trabalho feito junto da população local também é necessário “apresentá-lo” ao exterior.
Foram as seguintes as conclusões alcançadas:
“1 - Promover o marketing comunicacional das autarquias locais, de forma a:
• Dar a conhecer os serviços disponíveis;
• Vender a imagem local;
• Realçar as vantagens competitivas;
• Promover uma cultura de qualidade em todos os sectores de actuação;
2 - A comunicação, da iniciativa e responsabilidade das autarquias locais, não é um mero acessório no exercício do poder, mas uma ferramenta por excelência no desempenho da actividade política, desde que dotada de uma mensagem ajustada aos seus destinatários;
3 - A comunicação autárquica é fundamental para a conquista e manutenção do poder, já que dela depende a credibilidade da liderança política dos destinos da comunidade;
4 - Há que criar no imaginário dos destinatários um sentimento de confiança nas políticas e acções de proximidade;
5 - A comunicação autárquica é decisiva - ao contribuir para uma imagem de grandeza das autarquias locais -, devendo ser uma preocupação constante dos eleitos locais e de quem com eles colabora;
6 - Importa fornecer o máximo de informação, gerindo, em tempo útil, as reacções dos seus destinatários, e estar atento aos líderes de opinião locais;
7 - Há que pugnar pela divulgação da obra da Administração Local, perante um clima de opinião que a desacredita, fazendo ver que os trabalhadores, também, são decisivos para uma boa governação;
8 - Perante o colapso da memória e a actual ausência de confiança, importa dar voz aos esclarecidos, que conhecem as dificuldades do Poder Local, cumprindo-se, assim, a obrigação de comunicar;
9 - O marketing territorial das autarquias locais facilita o seu desenvolvimento e a competitividade;
10 - Importa promover uma imagem territorial das autarquias locais, de forma a destacar os seus recursos.

Foi ainda abordado o tema “Comunicação Autárquica - do que fica ao que está e deve mudar” de onde transcrevemos as seguintes conclusões:
“Apesar da comunicação autárquica ser uma condição do desenvolvimento local, importa considerar:
• A desvalorização da profissão;
• A inexistência de uma formação especializada no âmbito das autarquias locais;
• A incapacidade de obtenção da informação necessária, que nem sempre é gerida em tempo útil;
• A irregularidade e a falta de constância formativa;
• As deficiências no uso das linguagens e técnicas de comunicação;
• A excessiva valorização de algumas acções, sem eficácia real relevante;
• A desordem visual, ao nível da publicidade estática.
A influência da comunicação autárquica, assim como a valorização da sua função de mediação com os cidadãos, devem basear-se, essencialmente, nas seguintes regras:
• Informar e comunicar, explicando sempre a mensagem transmitida;
• Ponderar a relação custo/benefício das iniciativas a promover;
• Uma maior flexibilidade laboral, ajustada às necessidades da área;
• Preservar o serviço público, prosseguindo o interesse colectivo;
• Um maior envolvimento e responsabilidade interna;
• Assegurar a partilha da informação, com qualidade e em tempo real.”

terça-feira, 20 de abril de 2010

Glossário essencial para TCA

Há uns tempos criei, a jeito de brincadeira, um glossário essencial para Técnicos de Comunicação Autárquica. Trabalhamos em várias frentes apoiados em muitas áreas. Penso que assim se consegue consolidar um pouco mais a nossa identidade!

ACEITAM-SE CONTRIBUTOS!!!

Arquivo – Local ou modo de guardar várias informações que podem, assim, ser consultadas quando necessário.

Assessoria de Imprensa – Actividade na área da comunicação que procura estabelecer relações sólidas e confiáveis com a imprensa.

Autarquia - Organismo governamental autónomo com função de administração pública local: Câmara municipal ou Junta de Freguesia.

Base de dados – Forma de guardar determinadas informações e contactos em conjuntos. Podem ser moradas, nomes de empresas, etc.

Boletim Informativo – Meio privilegiado de fazer chegar uma informação completa da actividade da Autarquia à população na forma de uma revista ou jornal.

Clipping – Selecção e recolha de notícias veiculadas pelos meios de comunicação sobre a actividade da Autarquia.

Comunicação – Acto, processo ou meio de partilhar informação.

Comunicação social – Conjunto de meios que facilitam o acesso de informações – notícias – aos públicos.

Comunicados – Dirigidos à Imprensa ou à População são textos - sob a forma de notícia - de acções, obras, projectos ou eventos organização ou apoiados pela Autarquia.

Conferências de Imprensa – Encontro com a Comunicação Social em que é apresentado um projecto, acção ou evento. Divide-se num momento de exposição e num outro de perguntas e respostas.

Contactos – Conjunto de informações úteis como nomes, moradas, telefones, e-mail, entre outras, referentes a entidades várias.

Convites – Utilizados em eventos específicos. Devem ser sóbrios, simples e adequados às diversas ocasiões.

Criatividade – Remete para a produção de algo novo, uma forma, uma ideia, um evento. Capacidade de mudar o que é comum, ou vulgar.

Deontologia – Como que uma filosofia moral, teoria normativa que indica o que é necessário, proibido ou permitido moralmente.

Divulgação – Processo de tornar algo público, de levar uma informação ao conhecimento geral.

Ética - Do grego ethos, que significa modo de ser, carácter. Do latim mos (ou no plural mores) significa costumes, derivando na palavra moral. Em Filosofia define o que é bom para o indivíduo e para a sociedade.

Eventos – São vários os eventos organizados pela Autarquias, uns mais simples do que outros. Requerem uma atempada preparação, organização e divulgação.

Festas – Eventos vários organizados pela Autarquia onde se destacam, normalmente, as festas da cidade, ou vila, envolvendo música, mostra, cultura, desporto. Desenvolvem-se por vários dias e requerem um planeamento estratégico de Comunicação.

Informação – Tudo o que se deve fazer chegar a determinado público.

Jornal – Meio de Comunicação Social muito importante para a divulgação da actividade da Autarquia.

Jornalistas – Profissionais da Comunicação Social, aliados ou parceiros dos Técnicos da Comunicação Autárquica.

Marketing Relacional – Procura vender a imagem local; dar a conhecer os serviços disponíveis e promover uma cultura de qualidade.

Notícia – Informação divulgada pelos meios de Comunicação Social ou por meios próprios sob a forma de texto, vídeo ou áudio.

Opinião Pública – Pensamento ou conhecimento comum a um grupo social.

Organização – Uma das palavras mais importantes em qualquer profissão.

Plano de Comunicação – Elaborado anualmente com carácter previsional e organizativo das acções do ano seguinte.

Protocolo – Conjunto de acções e regras que procuram facilitar as relações entre os intervenientes num determinado evento.

Relações Públicas - Destinam-se a manter um clima favorável entre uma entidade pública ou privada e os seus diferentes públicos.

Responsabilidade social Autárquica - No âmbito das boas práticas e da ética das Autarquias. Desenvolvimento e participação em projectos e acções sociais, em geral, ou de natureza humanitária.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Técnicos de Comunicação Autárquica ou Assessores de Imprensa

A Fernanda Mendes deixou a questão, vou procurar responder!
A diferença elementar entre Técnico de Comunicação Autárquica e Assessor de Imprensa é o facto de não se fazer, nas Autarquias, apenas Assessoria. As nossas funções compreendem um pouco de cada uma das áreas da comunicação como o jornalismo, as relações públicas, o marketing, etc.
Compreendo que nas Autarquias maiores um Gabinete de Comunicação conjugue técnicos especializados em várias áreas e tenha alguém que só faz Assessoria de Imprensa mas essa não é a realidade na maioria das Autarquias.

Não adoptando a denominação Comunicação Municipal, como já referi, julgo ser importantíssimo – pela qualidade e enorme contributo para esta profissão - o trabalho de Eduardo Camilo “Estratégias de Comunicação e Municípios” editado pela Universidade da Beira Interior.

É-nos explicado que a comunicação municipal descende de áreas como a comunicação social (em termos de estilo), das relações públicas (ao nível das relações) e da publicidade (promoção).
Convergem aqui características e objectivos destas áreas mas existem vários factores distintivos que dão um espaço e uma identidade única à comunicação municipal. Trata-se de uma área que actua a nível interno numa instituição como uma Câmara Municipal, tem um trabalho único a nível externo e fomenta muitas outras áreas de trabalho dentro da organização.
O autor define 3 vertentes da comunicação municipal:
- Informação municipal;
- Comunicação política;
- Perspectiva simbólica.


Assim, considera que a comunicação municipal enquanto informação municipal tem como objectivo a “publicidade” no sentido de uma difusão pública (divulgando, por afixação ou publicação obrigatória por lei, as decisões dos órgãos municipais). Como meios de divulgação desta informação são definidos os editais e os boletins municipais.
As metas da informação municipal são a notoriedade (referente a uma publicidade legal e deliberativa), bem como a divulgação e a sensibilidade. No caso da divulgação pretende mostrar-se o trabalho realizado aos munícipes (utilizando publicações periódicas para o fazer). Em relação à sensibilização, falamos do estímulo para a concretização de determinados comportamentos locais.
Podemos falar aqui, naquele que é um dos sentidos da comunicação empresarial, em Comunicação Corporativa que é considerada uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento e o crescimento de qualquer organização.

A comunicação política tem como objectivo a legitimação dos critérios políticos subjacente às opções administrativas dos municípios. Por vezes, quando os eleitos “aproveitam” esta vertente da comunicação para concretizar consensos limitados aos períodos eleitorais, é difícil distingui-la de propaganda político-eleitoral municipal que vê os munícipes como consumidores de produtos políticos.
De uma forma distinta, e no sentido daquilo que é a verdadeira comunicação política, falamos de uma actividade de diálogo, essencial para a concretização de uma participação democrática e pluralista. De facto, o concelho é um espaço público de interacções sociais de uma sociedade civil local, política e administrativamente activa nas decisões municipais.

Numa perspectiva simbólica o Concelho é entendido como um espaço em torno do qual se articulam determinadas interacções sociais e onde, também, existem expectativas específicas, necessidades, atitudes, valores locais e estilos de vida próprios. A comunicação municipal de tipo simbólico tem por referência a reprodução de uma certa identidade sócio-cultural no sentido de a actualizar e de a dinamizar. Por identidade sócio-cultural local entendem-se um conjunto de significações cognitivas e avaliativas exclusivamente sobre as realidades locais, independentemente do seu tipo: económico, social, ético, estético, político, …

Continua...

domingo, 18 de abril de 2010

Estudo sobre os Técnicos de Comunicação Autárquica II

Procurei saber quais são as denominações mais frequentes desta Profissão pois não existe uma “regra” havendo, com já referi, uma indefinição em torno desta área profissional.
A maioria dos Técnicos referiu que nos seus locais de trabalho são denominados por “Assessores de Imprensa”, cerca de 20%; seguindo-se “Técnico de Comunicação”, em cerca de 15% dos casos. Há um grupo grande que apresentou denominações diferentes de todo o resto. Em igual percentagem, 10%, aparecem as denominações “Técnico Superior - indefinido” e “Técnico de Relações Públicas e Comunicação”.
Esta situação é bastante demonstrativa da necessidade de uma definição e de realçar o estatuto que esta carreira merece.

Pessoalmente, a comprovar pelo nome deste blog e pelo modo como me identifico, considero Técnico de Comunicação Autárquica a definição adequada. Já se utilizou muito o termo Municipal mas prefiro Autárquica pois falamos de técnicos que trabalham em Camaras Municipais e em Juntas de Freguesia, não vejo por que separar estes profissionais que têm funções e objectivos iguais. O conceito de Comunicação Autárquica é ao mesmo tempo específico e abrangente pelo que se afigura como o mais eficaz. Os Encontros que reúnem anualmente os Técnicos desta área são os “Encontros de Comunicação Autárquica”, porque é disso mesmo que se trata.

Nota: Constituição da República Portuguesa: Artigo 235.º (Autarquias locais) 1. A organização democrática do Estado compreende a existência de autarquias locais. 2. As autarquias locais são pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas. Artigo 236.º (Categorias de autarquias locais e divisão administrativa) 1. No continente as autarquias locais são as freguesias, os municípios e as regiões administrativas. 2. As regiões autónomas dos Açores e da Madeira compreendem freguesias e municípios.

Ainda, no estudo que fiz, procurei saber o nome do Gabinete em que trabalham os Técnicos inquiridos. Foi referido pela maioria que trabalham num “Gabinete de Comunicação”, seguindo-se “Gabinete de Imprensa” e “Gabinete de Informação e Relações Públicas”. No entanto, a grande maioria são denominações diferentes, realçam aspectos diferentes, termos diferentes, normalmente ao encontro da própria área de formação dos Técnicos que formaram os Gabinetes, como seja a Comunicação ou as Relações Públicas.

Amanhã, aproveitando este tema da denominação da profissão e o desafio lançado pela Fernanda Mendes num comentário atrás, procurarei dar, com mais profundidade, uma explicação sobre os diferentes conceitos relacionados com esta profissão.

Votos de uma excelente semana de trabalho!!!
Vera

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Encontros de Comunicação Autárquica

São os nossos encontros, marquem nas agendas as datas e façam as vossas inscrições:

XI ECA - C. M. Amarante - (Este é-me especial pois fui uma feliz organizadora do 5.º ECA)

XXI Encontro de Comunicação Autárquica - ATAM

Nota: No site da ATAM (link ali ao lado) estão disponíveis as conclusões dos últimos encontros, aconselho a sua leitura.

Bom fim-de-semana!
Vera

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Publicações Periódicas Autárquicas

Muitos desconhecerão esta directiva, que tem 2 anos, e que regula um dos meios de comunicação mais importantes das autarquias, os nossos boletins, jornais e revistas.
Fica a directiva, extensa, mas importante:

"Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Directiva 1/2008

Sobre publicações periódicas autárquicas

As publicações periódicas editadas pela administração autónoma local têm suscitado, com frequência, queixas submetidas à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, nas quais é reclamado, em geral, o cumprimento das exigências legais em matéria de pluralismo político.
A Lei de Imprensa (Lei n.º 2/99, de 13 de Janeiro, doravante LI) tem constituído o principal referencial jurídico na regulamentação de tais publicações, não obstante os desajustamentos resultantes do facto de disposições relevantes dessa Lei se dirigirem, primariamente ou em exclusivo, a publicações periódicas informativas de natureza jornalística.
Verificando a existência de dúvidas sobre o regime legal relativo à caracterização, à missão e às obrigações que impendem sobre publicações periódicas editadas pela administração regional e local, nomeadamente em matéria de pluralismo político;

Tendo em conta as sugestões formuladas no âmbito do período de apreciação pública ao qual foi submetido o projecto, as quais se encontram reflectidas no texto desta Directiva, o Conselho Regulador, ao abrigo dos artigos 24.º, alínea c), e 63.º dos estatutos da ERC (aprovados pela Lei n.º 53/2005, de 8 de Novembro), adopta a seguinte Directiva:

1. A presente Directiva aplica-se a todas as publicações periódicas editadas pelos municípios e freguesias portuguesas, por quaisquer órgãos e serviços destas entidades e por empresas municipais, definidas estas últimas nos termos do artigo 3.º da Lei n.º 53-F/2006, de 29 de Dezembro, e ainda pelas áreas metropolitanas e por outras associações de autarquias locais (doravante referidas como “publicações periódicas autárquicas”).
2. As publicações periódicas autárquicas estão sujeitas a regulação e supervisão da ERC, por aplicação directa do disposto no artigo 6.º, alínea b), dos Estatutos da ERC.
3. As finalidades que prosseguem e a natureza dos conteúdos que produzem e divulgam, que aliam a função informativa à função persuasiva e promocional das actividades dos órgãos autárquicos e dos seus titulares, distinguem-nas, claramente, das publicações periódicas informativas e doutrinárias previstas na LI, tornando inapropriada a respectiva qualificação sob qualquer das duas categorias existentes.
4. As características referidas enquadram essas publicações no âmbito da comunicação institucional, independentemente da denominação e do formato que adoptem – jornal, revista ou boletim autárquico.
5. A circunstância de serem dirigidas por titulares de órgãos ou por dirigentes de serviços autárquicos exclui-as das obrigações previstas na LI relativamente às publicações periódicas de informação geral e de informação especializada quanto às disposições relativas ao estatuto editorial (artigo 17.º, n.º 1, LI) e à organização das empresas jornalísticas (Capítulo IV, LI), mas já não em matéria de requisitos das publicações
(artigo 15.º), depósito legal (artigo 18.º), publicidade (artigo 28.º), responsabilidade civil e penal (Capítulo VI) e disposições processuais (Capítulo VII).
6. Independentemente do disposto no número anterior, as publicações periódicas autárquicas estão obrigadas ao cumprimento dos princípios gerais de Direito, do regime constitucional da liberdade de expressão e demais direitos fundamentais, em particular dos direitos de personalidade reconhecidos no artigo 26.º da Constituição da República Portuguesa e dos Estatutos da ERC.
7. Em particular, perante referências constantes de quaisquer conteúdos divulgados em publicações periódicas autárquicas é admitido o exercício dos direitos de resposta e de rectificação, nos termos dos artigos 24.º a 27.º da Lei de Imprensa.
8. Tratando-se de publicações de titularidade pública e sujeitas ao respeito pelo princípio do pluralismo, encontram-se obrigadas a veicular a expressão das diferentes forças e sensibilidades políticas que integram os órgãos autárquicos.
9. Cabe-lhes, por outro lado, adoptar mecanismos de participação pública, em particular, dos munícipes, assim como das associações e outras instituições locais.
10. Tendo em conta a transparência que deve ser exigida a estas publicações e o disposto no Decreto Regulamentar n.º 8/99, de 9 de Junho (artigo 12.º, n.º 1, alínea d), as publicações periódicas autárquicas são objecto de anotação na unidade de registos da ERC, por iniciativa do respectivo editor.
11. A ERC fará publicar na imprensa e divulgar através da Associação Nacional de Municípios Portugueses, para conhecimento dos diversos órgãos da administração autónoma local, a informação pertinente para efeitos do regime de anotação das publicações periódicas autárquicas.
12. A presente directiva revoga a Directiva sobre Boletins Autárquicos da Alta Autoridade para a Comunicação Social, adoptada em 17 de Março de 1999.

Lisboa, 24 de Setembro de 2008
O Conselho Regulador
José Alberto Azeredo Lopes
Elísio Cabral de Oliveira
Luís Gonçalves da Silva
Maria Estrela Serrano"

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Estudo sobre os Técnicos de Comunicação Autárquica I

Como já referi procurei perceber, em 2009, quem são os Técnicos de Comunicação Autárquica(TCA) de Portugal.
Note-se que neste trabalho incidi sobre os Gabinetes de Comunicação nas Autarquias, pela experiência de quem ali trabalha.
Procurei definir a profissão e os meios, ou seja, perceber o funcionamento geral dos gabinetes de comunicação segundo, e seguindo, as experiências dos seus técnicos.
Começo hoje a apresentação dos dados.

Caracterização dos TCA:
- A maioria destes profissionais são mulheres, perfazendo quase dois terços do total: 64% mulheres e 36% homens;

- A faixa etária que engloba a maioria dos Técnicos de Comunicação é a situada entre os 31 e os 45 anos, onde se encaixam 56% dos inquiridos. Segue-se, com 41%, a faixa dos 20 aos 30 anos. Estes dois números mostram que, não sendo uma profissão das mais antigas a maioria dos seus protagonistas tem mais de 31 anos o que vai ao encontro dos anos de experiência, como se verá adiante, e ao facto de nos últimos anos se ter repescado profissionais com experiência noutras áreas, como o jornalismo.
Só 3% tem mais de 56 anos;

- A grande maioria dos inquiridos possui uma licenciatura, cerca de 67%. Seguem-se 20% com pós-graduação, um número bem mais pequeno. Os Técnicos com Bacharelato ou com Mestrado representam grupos muito pequenos e, entre os Técnicos inquiridos, não havia Doutoramentos;

- Os inquiridos apresentaram de áreas de formação acadámica muito diferenciadas. De facto, 34% deram respostas que, pela sua singularidade e o facto de serem situações únicas, não são representativas de grupos. O grupo com mais expressão, com 26% tem formação na área dos Jornalismo e/ou da Comunicação Social seguindo, em 24% formação na área das Ciências da Comunicação;

- A grande maioria dos inquiridos trabalha nesta área desde há 5 a 10 anos o que vai ao encontro da faixa etária mais representativa, profissionais com idade entre os 31 e os 45 anos e percebe-se o interesse recente, com cerca de 10/15 anos, em contratar profissionais com formação específica – licenciaturas - na área da comunicação.

Em breve apresentarei os dados relacionados com os Gabinetes de Comunicação nas Autarquias.

Bom trabalho para todos,
Vera Dias António

terça-feira, 13 de abril de 2010

Questão

Acho que será interessante percebermos quem são os Técnicos de Comunicação Autárquica a trabalhar há mais tempo nesta área. Perfeito seria saber quem é o mais antigo, mas é difícil.
Mesmo que já não estejam no activo, têm noção de quem são os nossos colegas que deram os primeiros passos na nossa profissão?
Eu acho que conheço um, mas vou certificar-me junto dele para saber se tem conhecimento de outros, contemporâneos ou ainda anteriores a ele.

Com certeza conhecem alguém, com quem tenham trabalhado, por exemplo.

Deixem-se, por favor, informações aqui no blog ou para o e-mail: vda.comunicacao@gmail.com

Será muito interessante!

Vera Dias António

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Comunicação

Gosto muito desta palavra: Comunicação. É agradável, graciosa, soa-me bem! Gosto de trabalhar numa área da Comunicação. Não sei explicar porquê, se calhar é porque compreende tanto do que é ser-se humano.

O conceito de comunicação, no entanto, é recente. Não tem 100 anos este conceito que remete para o acto, processo ou meio de partilhar informação.
No Séc. XV falava-se em "communcare" remetendo para a relação do indivíduo com Deus.
No Séc. XVIII introduziu-se o termo vias de comunicação - remetendo para as estradas.

TEORIAS DA COMUNICAÇÃO:

1.ª Teoria da Comunicação:
Foi no início do Séc. XX que o suiço Ferdinand Saussure introduziu o termo Comunicação como o entedemos hoje (antes era um termo da engenharia). Considerado o "Pai" da Comunicação, este linguísta e filósofo defendeu que a língua não existe, é uma abstracção, o que existe é Comunicação: processo em que se parte de uma imagem que tenho na cabeça, formalizo expressões faciais, emito sons organizados, o outro ouve e forma ideias na sua cabeça.

2.ª Teoria da Comunicação:
Leonard Bloomfield introduziu, nos nos 20/30, o conceito de acção e definiu Comunicação como o processo em que, entre o ponto A e o ponto B há acção.

3.ª Teoria da Comunicação:
Shannon e Weaver, norte-amerianos, publicaram em 1949 uma teoria de comunicação intitulada “Teoria Matemática da Comunicação” que tem como objectivo medir a quantidade de informação contida numa mensagem e a capacidade de informação de um dado canal.
A fonte é vista como detentora do poder de decisão, isto é, decide qual a mensagem a enviar, seleccionando uma de entre um conjunto de mensagens possíveis; esta mensagem seleccionada é depois transformada pelo transmissor num sinal, que é enviado ao receptor através do canal.
Com estes autores, aparece um novo termo: o ruído. O ruído é algo que é acrescentado ao sinal, entre a sua transmissão e a sua recepção e que não é pretendido pela fonte.

Nota: não integrando de forma directa estas teorias, o conceito de feedback que conhecemos como indissociável do conceito de comunicação foi desenvolvido por Wiener em meados do Séc. XX, explicando que o efeito retroage sobre as suas causas.

4.ª Teoria da Comunicação:
O russo Roman Jakobson considerou, na década de 60, um conjunto de seis factores constitutivos de qualquer processo de comunicação: contexto, destinador, mensagem, destinatário, código e contacto.

Estas 4 teorias não tiveram "seguimento" ou desenvolvimento mas apresentam os conceito base da Comunicação como nos foi ensinado na escola desde o ensino básico.

Há, no entanto, Modelos e Tipos de Comunicação.

Modelo de Comunicação de Barnlund (1977):
A comunicação não é reacção nem interacção mas sim TRANSACÇÃO.

Modelo de Comunicação de Thayer (1978):
A mensagem do emissor não é a mesma do receptor. O receptor constrói a mensagem a partir de estímulos sendo o único elemento inalienável do processo de comunicação. É com base neste modelo que se estudam formas de sedução e que têm lugar áreas como a Publicidade e o Marketing.

Em 1989 Dimbleby apresentou os 5 Tipos de Comunicação: Intrapessoal; Interpessoal; Em grupo; De massa e Extrapessoal.

Pessoalmente, gosto muito do Modelo de Comunicação de Barnlund que introduz a ideia de um processo de transacção.
Nós ajustamos a vários papeis que a sociedade nos apresenta. Somos profissionais, filhos, pais, conjuges, etc. Para cada papel temos uma "cara" e transaccionamos informação de acordo com o papel que estamos a desempenhar. Já tinha adoptado o conceito de interacção pois o de reacção era muito triste e limitado mas o de transacção... parece-me o conceito que mais se adequa ao processo de comunicação. A comunicação confere à acção significado, informação, valores, difusão e destino, num processo de transacção.
Concordam?

domingo, 11 de abril de 2010

Quando começou esta profissão?

O "quem sou, de onde venho" é, de sempre, uma preocupação do Homem. Tenho procurado a resposta a esta pergunta em relação à nossa profissão.
Na minha tese de licenciatura sobre o perfil dos assessores de imprensa o meu orientador/professor de Sociologia da Comunicação indicou-me um livro interessantíssimo: L’ État Communiquant, na altura era recente e só havia em francês, penso que não há tradução, mas aconselho. Está a indicação na bibliografia ali ao lado.

Segundo este livro a criação do Comissariado Geral de Informação em França, em 1939, marcou verdadeiramente o início de um processo que fez sentido à posteriori: a partir desta “data”, a informação apareceu como uma preocupação governamental contínua.
A formalização e a materialização da informação governamental destinada aos cidadãos franceses constituem uma ruptura institucional e cultural, tanto para os parlamentares como para os próprios governantes. No fim dos anos 50, a potencial difusão de uma mensagem específica sobre a acção do governo destinada aos franceses e o aparecimento da tomada de palavra pelo governo aparecem como um novo modo de intermediação entre o Estado e a sociedade mas também como uma forma de adopção dos métodos das forças da oposição, das forças de movimento.
Tudo aconteceu, no fundo, com a conjunção das dificuldades encontradas pelo Estado Francês, dentro e fora das suas fronteiras, com as críticas relativas à sua gestão governamental. Os meios de informação geraram o projecto de um direito de resposta por parte dos governantes.
O projecto de informação governamental, por supor a intervenção dos governantes no debate público, induziu ainda à ideia do seu reconhecimento de se por em concorrência e da sua participação numa competição. Numa intervenção do secretário de Estado da Informação, G. Jacquet é dito que “num quadro de debate permanente, o Governo não pode ficar como um interlocutor passivo, pois não tem o direito de deixar a opinião na ignorância das preocupações e dos problemas que o preocupam ou mesmo dos interesses gerais que lhe competem face à nação”.

A título de exemplo apresento aquelas que foram definidas como tarefas aquando da criação, em 1968, do Comité Interministerial de Informação (CII):
a) Assegurar a coordenação da acção de informação traçada pelos diferentes ministérios naquilo que concerne os métodos e o emprego de meios consentidos para tal;
b) Propor e realizar as acções necessárias para assegurar uma melhor difusão das informações interessando a acção dos poderes públicos;
c) Estudar o conjunto de problemas postos pela informação em função, por exemplo, da evolução das técnicas para assegurar um melhor conhecimento das questões interessando à colectividade nacional.

Note-se que a relação com os meios de comunicação era, ainda, uma excepção nas tarefas deste organismo, cabendo à tutela do Estado em si.
Em 1973 a situação da organização governamental de informação é alterada procurando criar “um organismo nacional de informação de referência” cujo objectivo era “estabelecer relações abertas e de confiança entre a Imprensa e o Governo” . O Primeiro-ministro francês anunciou a reorganização da informação governamental, três meses depois, com a criação da Delegação Geral de Informação (DGI) que procurava “fornecer a todos aqueles que têm a função de informar uma documentação rápida, completa e imparcial” . Este organismo interministerial ligado ao Ministro da Informação constitui-se como um órgão relativamente autónomo afim de informar os jornalistas de maneira sistemática. As suas funções eram:
a) Promover a difusão das informações relacionadas com os poderes públicos;
b) Colocar à disposição dos jornalistas de Paris e da província um serviço de imprensa susceptível de responder aos seus pedidos de informação sobre o conjunto das actividades dos diferentes ministérios e organismos públicos.

Os três organismos administrativos consagrados à informação governamental em França entre 1963 e 1976 testemunham uma nova dinâmica: os elementos de organização e de gestão de informação vêem-se, com efeito, modificados pelo aparecimento de órgãos e de actores administrativos especializados. Os três organismos conferiram ao Governo o “estatuto” de um verdadeiro emissor: a informação tornou-se uma actividade governamental identificada.

Esta preocupação é tão actual e pertinente naquele cenário nacional como ainda o é hoje, e mais, ao nível nacional e local.

Em Portugal tenho muito poucos dados sobre "nós". A mudança nesta área da Comunicação, em Portugal, deu-se a par da própria institucionalização do Poder Local Democrático, em 1976. As Autarquias passaram a ter como que uma “personalidade” própria e a Comunicação passou a ser a sua “correia de transmissão”.
Isto "sabe-se" mas não tenho, no entanto, muito mais para vos dizer sobre o caso particular de Portugal. Alguém tem algo mais sumarento? Conhecem algum trabalho sobre o caso de Portugal?
O contributo que consigo dar, por agora, é este. Aguardo contribuições!

Uma boa semana de trabalho!
Vera

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Vontade adiada... agora concretizada!

Este blog é, de há muito, uma vontade que foi sendo adiada. Chegou a hora de dar este passo, de tomar este compromisso.
Há um blog - este - que quer falar da comunicação que se faz nas autarquias em Portugal.
A partilha de informações e experiências é, sem dúvida, o motor de qualquer projecto.

Em 2009, com algum tempo livre e motivada por um querer descobrir-nos esbocei um estudo sobre nós. Enviei um questionário aos Técnicos de Comunicação das Autarquias. Recebi dezenas de respostas que me permitiram criar uma amostra forte. Confesso que fiquei agradavelmehte surpreendida pelo número de respostas que recebi e pelo interesse demonstrado.
Percebi que somos muitos (e bons) a querer saber mais de nós. Coisa estranha? Não! A nossa profissão ainda se anda a descobrir, a desenvolver.

Quando estava a estudar e quando comecei a trabalhar numa Câmara que não tinha ainda Gabinete de Comunicação foi muito complicado encontrar, por exemplo, livros e manuais em que me basear. Com este blog espero ajudar, humildemente, a mudar esta forma incógnita em que nos encontramos. Destina-se a Técnicos actuais e futuros!

O meu compromisso, baseado no gosto que tenho no que faço, assenta em 3 pontos:
1 - Apresentar os resultados do estudo que fiz sobre os Técnicos de Comunicação Autárquica em Portugal;
2 - Apresentar ideias, artigos, livros e temas que considere do interesse da nossa profissão;
3 - Lançar questões e dúvidas sobre esta profissão, porque tenho algumas.
NOTA: Os pontos 2 e 3 só serão bem executados com a participação de todos, é este o desafio que vos deixo!

Este blog não quer ser científico, técnico, chato, quer ser uma sala de conversa onde possamos - todos - aprender qualquer mais coisa!

Bem-vindos a este blog, que é nosso!
Vera Dias António